31 de janeiro de 2012

Hora certa?

Creche: necessário para algumas mães, opcional para outras.

Se você está no mesmo barco que eu, o das mães em tempo integral, provavelmente já pensou diversas vezes no momento certo para colocar o filho na escolinha ou na creche. Tentamos ser racionais, tentamos pensar no melhor para eles, não é mesmo? Só que coração de mãe quer sempre os pintinhos embaixo das asas e ser racional, nessa hora, fica difícil.

Eis o que ando observando e filosofando:


1. Muitas mães precisam colocar os filhos desde cedo na creche para poder trabalhar. Esbarro com elas que sempre têm, na ponta da língua, o mesmo discurso: a criança come melhor, se socializa melhor e etc. Honestamente, acho que elas estão tentando convencer a si mesmas de que fizeram o melhor pelos filhos. Nunca esbarrei com algum estudo que comprove os benefícios da creche, já os malefícios, sabemos muitos: as funcionárias não têm tempo e nem paciência de mãe para insistir na comida, por exemplo, e é comum bebês voltarem para casa sem ter comido nada o dia todo. E isso é normal. Melhor do que saber que enfiaram comida goela abaixo do bebê. A culpa não é da creche. Outro exemplo é muito conhecido dos pediatras:
A pediatra Gelsomina Colarusso Bosco avisa: "Mãe que decide colocar no berçário tem de ter cabeça de berçário". Ela precisa estar preparada, pois a criança tende a ficar mais doente, sim, das chamadas doenças das vias aéreas superiores, como otite e amidalite", explica. (fonte)
Eu diria a essas mães (se existisse uma forma educada de dizer isso a elas) que elas parem de tentar me convencer, ou melhor, parem de tentar convencer a elas mesmas que creche é um espaço - wohoo! - tudo de bom. Se elas precisaram colocar os filhos desde os 3 ou 5 meses na creche, c´est la vie, ocorre na maior parte das famílias e elas não devem se sentir culpadas por isso.




"Escuto muito a seguinte frase: “Doutor, o que interessa é a qualidade do tempo junto e não a quantidade”. Duvido. Diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não."
- Dr. José Martins Filho, pediatra, autor do livro A Criança Terceirizada (fonte)



2. Há poucos meses atrás, eu estava super aflita quanto à decisão de colocar minha filha na escolinha com 2a5m. Por quê? Ela não falava de forma inteligível, então, como me contaria os acontecimentos do dia? Como denunciaria o amiguinho brigão? Como contaria que teve medo disso ou daquilo? Se ela não quisesse voltar pra escola, como eu descobriria o porquê? Além disso, ela era muito desconfiada com estranhos e não ía no colo facilmente, nem de pessoas amigas caso não houvesse ainda intimidade. Observava as crianças de longe, num misto de curiosidade e medo.

Uma amiga me tranquilizou dizendo que, se a fase de adaptação fosse difícil, eu sempre poderia trancar a matrícula. Mas acho que nem será necessário e estou mais confiante na adaptação.
  • ela já fala tudo bonitinho e dá pra entender bastante
  • ela começou a perder a timidez diante de estranhos
  • já fica com a faxineira enquanto eu vou dar um pulo na rua
  • interage bem mais com as crianças na pracinha
  • está curiosa e sinto que precisa mesmo dessa interação
  • já está aceitando cumprir regras sem grandes frustrações


Acho que coração de mãe sabe que chegou a hora.




6 comentários:

  1. Oi Cris,

    Essa decisão nem sempre é fácil, não mesmo. Gostei muito da base do seu texto. E concordo, nada melhor pro filho que estar com os pais, mas os padrões de vida mudaram então as famílias precisam se adaptar e (in)felizmente é a realidade hoje em dia.

    Fico feliz em saber que sua pequena já está bem desenvolvida e você pode ficar tranquila com a ida dela à escola... que espero que seja uma nova experiência muito boa pra vocês duas...

    beijaooo
    Karin

    www.mamaeecia.com.br

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    1. Pois é, Karin. Os tempos mudaram e... mudaram de novo. Teve uma época em que todas as mães começaram a trabalhar fora e, quem estava em casa era por causa do desemprego. Então as crianças íam pra creche/escola assim que possível e ponto.

      Hoje há mães em tempo integral por opção e que estão pensando unicamente no desenvolvimento do filho e não mais na necessidade. Pra elas é que fica mais difícil decidir quando colocar o filho na escola.

      Esse era a minha ideia para o post, mas acho que fugi um pouco. *risos*

      Obrigadinha pela visita. ;)

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  2. coração de mais sabe melhor que ninguem amiga,mas isso não significa que seja facil, muito pelo contrario, quem mais que a mae sofre nas decisões dos nosso filhos né amiga?

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    1. Cibele, não sei se você vai ler esse recado aqui, mas tentei comentar no seu blog e não consigo. :(

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  3. Oi Cris!
    Achei seu comentário perfeito quando você diz que as mulheres tentam convencer a si mesmas com o discurso "creche é tudo de bom". Como psicóloga, penso que a negação é um meio de defesa para não enfrentar a dor da separação e a impotência frente a continuidade dos cuidados. É muito doloroso esse início de separação a, por vezes, muito precoce. Quantidade e qualidade importam sim, e muito.

    Dá uma olhada nesse link. É sobre uma pesquisa que relaciona afeto e desenvolvimento neuronal. Achei muito legal. http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1041657-criancas-criadas-com-afeto-tem-hipocampo-maior-revela-estudo.shtml

    Um abraço e boa sorte nos desafios da maternidade!
    Caroline Geocze - www.gestantesemcrise.com

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  4. oi cris,

    primeiramente, obrigada pelo comentário no meu humilde bloguinho, hehehe... o seu é muito legal! vou ler sempre que tiver um tempinho...

    caí logo nesse post porque estou colocando meu filhote na creche, ele faz 11 meses no próximo domingo. sou mãe em tempo integral, por assim dizer, também.

    acho que demorei mais a me decidir pela creche muito por conta do que os outros pensariam, já que se sou mãe desempregada, não haveria um motivo pra colocar meu filho na creche a essa altura... mas meu coração é muito tranquilo com isso. acredito que ele precisa da convivência com outras crianças (não temos mais nenhuma na família ou na vila em que moramos), da disciplina de horários, do aprendizado da divisão (até porque não quero ter mais filhos) e porque eu preciso de tempo pra mim. ele começa a adaptação na segunda-feira e vou insistir até ele ficar, claro, conforme os métodos corretos... eu fui pra creche com seis meses, meus pais não tinha opção. fiquei com ele direto até agora e acho, de coração, que nós dois precisamos desse tempo longe um do outro. ele precisa ver um pouco mais do mundo, eu preciso reaver um pouco mais do meu. meu coração está tranquilo e estou ansiosa e empolgada!

    um beijo grande,
    ana togashi.
    www.maternidadeporacaso.blogspot.com

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