"Quer ser moderno? Deixe a criança brincar!"

Essa frase, título do meu post, é de Edilene Modesto, pedagoga da PUC-SP e professora de educação infantil, na matéria do site Crescer: "Crianças brincam, mas os pais não vêem."

O assunto abordado é uma pesquisa que aponta a desvalorização da brincadeira pela sociedade. 

Li depoimentos que me sensibilizaram bastante:

“Notamos que os pais até veem as crianças brincando, mas se incomodam com isso e ficam em dúvida se elas estão perdendo tempo.”- antropóloga Paula Pinto e Silva, coordenadora da pesquisa

Como assim, perdendo tempo? Criança e brincadeira, para mim, são quase sinônimos.

Qual a diferença entre um adulto e uma criança?- pergunta pesquisador
"Eu brinco e ele não" - responde a criança.

Meu Deus! Que adultos cercam essa criança? Acho que eu não vou parar de brincar nem quando eu ficar caduca. O Mal de Alzheimer pode fazer eu esquecer de tudo, menos de brincar.

“Já ouvi pai dizendo ‘não vou pagar escola para meu filho ficar brincando’ ou ‘vou deixar ele aproveitar bastante a educação infantil, porque a partir dos 7 anos fica sério e ele vai estudar de verdade na escola’ Não têm ideia do que envolve o brincar na questão biológica, cognitiva e afetiva” - Edilene Modesto de Souza, pedagoga da PUC-SP e professora de educação infantil

Não é preciso ser pedagoga para perceber a necessidade da brincadeira para o desenvolvimento da criança. Em que planeta vivem esses pais?

"A antropóloga Paula revelou que encontrou crianças que se escondiam no armário de casa para continuar brincando, fosse para não fazer as tarefas domésticas (em crianças de classes sociais mais baixas ) ou para não ir ao judô ou inglês."

O que essas crianças estão aprendendo quando precisam se esconder pra brincar? Que lazer é errado e vergonhoso. Na certa vão se tornar adultos mal-humorados, ranzinzas, estressados...

Quando perguntado às crianças o que elas mais desejavam, as respostas eram: “mais tempo para brincar” e “brincar mais com os pais”. 

Triste isso.

Edilene Modesto faz um apelo. “Estamos tratando as crianças como elas eram tratadas na Idade Média: tinham que aprender tudo para serem adultos bem-sucedidos. Agenda lotada é isso. Quer ser moderno? Deixe a criança brincar!”.

O pior é saber que essa é a regra e não a exceção.

Vale muito a pena darem uma lida na matéria do site da revista Crescer. Vou procurar saber mais dessa pesquisa encomendada pelo biscoito Passatempo.