4 de março de 2012

Mamãe Zangada

Estou tanto tempo sem postar que não me falta assunto, mas vou começar pelo tópico que prometi  há pouco algum tempo atrás a uma leitora, Anne Pires, do blog Maternagem.

Explosões de raiva.

Não, o assunto não é birra. 
Quero falar sobre as NOSSAS explosões de raiva; das mamães.


Caillou e sua família


Eu sou parecida com a mãe do Caillou, conhecem? Ela é paciente, amiga, carinhosa, presente... e uma bomba relógio. Essa parte eles não contam, mas para exercer a maternidade daquele jeito, de forma tão perfeitinha, é preciso explodir de vez em quando. Ou a gente explode ou é canonizada, não tem jeito. 




E depois das explosões vem o quê? A culpa. Acho que deve vir pra todas nós. Então eu li o livro A Auto-Estima do seu Filho, de Dorothy Corkille Briggs e algumas passagens foram muito úteis para amenizar os efeitos das explosões e, consequentemente, da culpa.

A primeira frase que lembro ter lido sobre o assunto está lá na página 16: "Toda mãe perde a calma de vez em quando." Foi reconfortante ler isso. Logo em seguida, entre parênteses, está escrito assim: "Mesmo assim, os sentimentos negativos podem ser transmitidos de maneira não-destrutiva; ver Capítulo 9". Parei tudo e corri para esse capítulo 9, intitulado "A segurança do não-julgamento".

São 8 páginas esclarecedoras. O que posso resumir pra vocês? Deixa eu dar uma olhada... 

Dirija as suas "reações-eu" para o comportamento; 
não atribua os julgamentos do "tipo-você" à pessoa de seu filho.

"Você é grosseiro!", dia a sra. T. ao filho que a interrompe constantemente, durante uma visita. "Estou cansada dessas interrupções", exclama a sra. M., quando seu filho repetidamente interfere nas suas conversas.

As palavras da sra. T. a colocam no papel de juiz, e ela formula seu veredito. O rótulo negativo, "grosseiro", atinge diretamente a imagem que seu filho faz dele mesmo. A sra. M. transmite seus sentimentos sem julgar e não atinge a auto-estima do filho. Você pode evitar o papel de juiz simplesmente dizendo aos seus filhos qual a sua reação pessoal ante o comportamento dele. 

Elimine o uso de "você + rótulo" e substitua por "eu + sentimento"

"Como você é bagunceiro" x "Essa desordem realmente me irrita!"
"Você é muito lerdo" x "Eu não quero que você chega atrasado na escola"
"Você tem mau gosto" x "Eu não gosto da roupa que você escolheu"

Esse capítulo aborda as avaliações positivas (elogios) que também trabalham contra a auto-estima, mas como estou falando de explosões de raiva e ninguém dispara elogios nesses momentos, vou pular essa parte.
"Nenhuma criança comporta-se sempre de maneira aceitável. Quando as atitudes e palavras dos adultos igualam os atos da criança com a sua pessoa, ela vive semelhante a um iô-iô. Seu valor pessoal sobe e desce de acordo com o seu comportamento."
O objetivo é que a criança pense sempre: "Eu sou amado embora nem tudo o que faço seja aceitável."

Enquanto o capítulo 9 ajuda a minimizar os efeitos negativos das explosões de raiva, há um outro capítulo intitulado "Como decifrar o código da raiva" que nos ajuda a evitar essas explosões. As explosões estão cada vez mais raras aqui em casa. É um processo interno de muita auto-avaliação e mais tarde eu falo sobre ele.

Se você é assim como eu, humana, vai se identificar com esse livro que comprei na última Bienal do Livro: "Mamãe Zangada". As primeiras 30 vezes que li, chorei, e acho que já li umas 29 vezes. *risos* Esse post diz tudo o que penso sobre o livro: "Mamãe zangada não é vítima, nem algoz".

Vamos contar até dez, respirar fundo e continuar amando nossos bebês.



Espero por vocês no próximo post. ;)





4 comentários:

  1. Oii Cris,
    o guri tem 1 ano e 8 meses, adorei as dicas dos livros, e quero muito ler, vou ter que ir numa livraria urgente!!
    Obrigada pelas dicas desses livros, estava precisando de umas indicações sobre o assunto, as culpas e tudo mais...
    beijos

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  2. FANTÁSTICO Cris!!!! realmente eu usava e ainda uso frases e palavras erradas com a Mari, assim como uso com meu marido e outras pessoas. Preciso trabalhar muito isso em mim e agora estou bem mais atenta quando falo, penso antes, elaboro melhor!
    O post tbm me lembrou algumas amigas minhas falando uma vez que eu era paciente até demais. Isso me afetou profundamente pois quando eu perco a calma eu perco mesmo! E elas não me viram sem a calma... Sabe aquela coisa de que vc acha que está mostrando algo que vc não é o tempo todo 100%?
    adorei as dicas dos livros, vou procurá-los!!

    muito grata pelo post!!!!
    beijo!!

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    Respostas
    1. Oi, Anne.
      Acho que todo mundo fala coisas assim, pq a gente aprende a raciocinar e verbalizar quando a gente é bem pequeno e é assim que o mundo é, portanto, é assim que a gente aprende.

      Vou voltar a esse assunto mais tarde. Não é o foco do livro, mas ele traz uma abordagem muito boa sobre isso. E como eu me identifiquei à beça, achei que outras mamães tb se identificariam.

      :)

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  3. Poxa,como me identifiquei com isso tb. Sinto-me uma ótima mãe (e me pergunto tb se não seria arrogante demais da minha parte achar isso de mim mesma). Por outro lado, sei q sou zelosa, tenho paciência, sou curiosa e procuro pesquisar sobre os assuntos q não conheço e estou (quase sempre) por dentro de tudo q meu filho vivencia.

    Sei exatamente o é ter essa sensação de culpa, mas nunca tive isso pelo Caio (ainda...rs), mas pela nossa gatinha eu já tive. Amo essa pequena felina, mas as vezes explodo com ela e me sinto um lixo segundos depois. Só sendo "humana" mesmo (kkk) para saber o valor do nosso auto-perdão em determinadas situações.

    É muito bom saber q ñ estou sozinha nessa. =)

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