Explosões de raiva.
Não, o assunto não é birra.
Quero falar sobre as NOSSAS explosões de raiva; das mamães.
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Caillou e sua família |
Eu sou parecida com a mãe do Caillou, conhecem? Ela é paciente, amiga, carinhosa, presente... e uma bomba relógio. Essa parte eles não contam, mas para exercer a maternidade daquele jeito, de forma tão perfeitinha, é preciso explodir de vez em quando. Ou a gente explode ou é canonizada, não tem jeito.
E depois das explosões vem o quê? A culpa. Acho que deve vir pra todas nós. Então eu li o livro A Auto-Estima do seu Filho, de Dorothy Corkille Briggs e algumas passagens foram muito úteis para amenizar os efeitos das explosões e, consequentemente, da culpa.
A primeira frase que lembro ter lido sobre o assunto está lá na página 16: "Toda mãe perde a calma de vez em quando." Foi reconfortante ler isso. Logo em seguida, entre parênteses, está escrito assim: "Mesmo assim, os sentimentos negativos podem ser transmitidos de maneira não-destrutiva; ver Capítulo 9". Parei tudo e corri para esse capítulo 9, intitulado "A segurança do não-julgamento".
São 8 páginas esclarecedoras. O que posso resumir pra vocês? Deixa eu dar uma olhada...
Dirija as suas "reações-eu" para o comportamento;
não atribua os julgamentos do "tipo-você" à pessoa de seu filho.
"Você é grosseiro!", dia a sra. T. ao filho que a interrompe constantemente, durante uma visita. "Estou cansada dessas interrupções", exclama a sra. M., quando seu filho repetidamente interfere nas suas conversas.
As palavras da sra. T. a colocam no papel de juiz, e ela formula seu veredito. O rótulo negativo, "grosseiro", atinge diretamente a imagem que seu filho faz dele mesmo. A sra. M. transmite seus sentimentos sem julgar e não atinge a auto-estima do filho. Você pode evitar o papel de juiz simplesmente dizendo aos seus filhos qual a sua reação pessoal ante o comportamento dele.
Elimine o uso de "você + rótulo" e substitua por "eu + sentimento"
"Como você é bagunceiro" x "Essa desordem realmente me irrita!"
"Você é muito lerdo" x "Eu não quero que você chega atrasado na escola"
"Você tem mau gosto" x "Eu não gosto da roupa que você escolheu"
Esse capítulo aborda as avaliações positivas (elogios) que também trabalham contra a auto-estima, mas como estou falando de explosões de raiva e ninguém dispara elogios nesses momentos, vou pular essa parte.
"Nenhuma criança comporta-se sempre de maneira aceitável. Quando as atitudes e palavras dos adultos igualam os atos da criança com a sua pessoa, ela vive semelhante a um iô-iô. Seu valor pessoal sobe e desce de acordo com o seu comportamento."
O objetivo é que a criança pense sempre: "Eu sou amado embora nem tudo o que faço seja aceitável."
Enquanto o capítulo 9 ajuda a minimizar os efeitos negativos das explosões de raiva, há um outro capítulo intitulado "Como decifrar o código da raiva" que nos ajuda a evitar essas explosões. As explosões estão cada vez mais raras aqui em casa. É um processo interno de muita auto-avaliação e mais tarde eu falo sobre ele.
Se você é assim como eu, humana, vai se identificar com esse livro que comprei na última Bienal do Livro: "Mamãe Zangada". As primeiras 30 vezes que li, chorei, e acho que já li umas 29 vezes. *risos* Esse post diz tudo o que penso sobre o livro: "Mamãe zangada não é vítima, nem algoz".
Vamos contar até dez, respirar fundo e continuar amando nossos bebês.
Espero por vocês no próximo post. ;)
Oii Cris,
ResponderExcluiro guri tem 1 ano e 8 meses, adorei as dicas dos livros, e quero muito ler, vou ter que ir numa livraria urgente!!
Obrigada pelas dicas desses livros, estava precisando de umas indicações sobre o assunto, as culpas e tudo mais...
beijos
FANTÁSTICO Cris!!!! realmente eu usava e ainda uso frases e palavras erradas com a Mari, assim como uso com meu marido e outras pessoas. Preciso trabalhar muito isso em mim e agora estou bem mais atenta quando falo, penso antes, elaboro melhor!
ResponderExcluirO post tbm me lembrou algumas amigas minhas falando uma vez que eu era paciente até demais. Isso me afetou profundamente pois quando eu perco a calma eu perco mesmo! E elas não me viram sem a calma... Sabe aquela coisa de que vc acha que está mostrando algo que vc não é o tempo todo 100%?
adorei as dicas dos livros, vou procurá-los!!
muito grata pelo post!!!!
beijo!!
Oi, Anne.
ExcluirAcho que todo mundo fala coisas assim, pq a gente aprende a raciocinar e verbalizar quando a gente é bem pequeno e é assim que o mundo é, portanto, é assim que a gente aprende.
Vou voltar a esse assunto mais tarde. Não é o foco do livro, mas ele traz uma abordagem muito boa sobre isso. E como eu me identifiquei à beça, achei que outras mamães tb se identificariam.
:)
Poxa,como me identifiquei com isso tb. Sinto-me uma ótima mãe (e me pergunto tb se não seria arrogante demais da minha parte achar isso de mim mesma). Por outro lado, sei q sou zelosa, tenho paciência, sou curiosa e procuro pesquisar sobre os assuntos q não conheço e estou (quase sempre) por dentro de tudo q meu filho vivencia.
ResponderExcluirSei exatamente o é ter essa sensação de culpa, mas nunca tive isso pelo Caio (ainda...rs), mas pela nossa gatinha eu já tive. Amo essa pequena felina, mas as vezes explodo com ela e me sinto um lixo segundos depois. Só sendo "humana" mesmo (kkk) para saber o valor do nosso auto-perdão em determinadas situações.
É muito bom saber q ñ estou sozinha nessa. =)