20 de fevereiro de 2013

Adaptação na escola nova

Nova adaptação.

Felicidade que não cabe em mim.
O post vai ser longo, mas sei que as mães apreensivas com essa fase, vão encontrar paciência para ler. :)


Para quem não sabe (andei super afastada do blog desde que passei a participar de grupos no Facebook), tirei minha filha de uma escola construtivista e migramos para uma montessoriana.

A história foi a seguinte, resumidamente:
Coloquei ela na escola interrelacionista, uma derivação do construtivismo. A reunião dos pais foi maravilhosa e a proposta de adaptação super organizada: 
- a criança chegaria de mãos dadas com a mãe e entraria andando na sala para que não se sentisse arrancada do colo da família.
- encontraria uma sala com rotina
- num primeiro momento, a mãe entraria em sala de forma passiva, a permitir que a tia ganhasse a confiança da criança e o afastamento da mãe seria gradual.
- o horário de adaptação começaria com uma hora e aumentaria diariamente
- se a criança quisesse muito ir embora, seria feita a vontade da criança para que ela não se sentisse presa e abandonada.


Na prática, absolutamente nada disso aconteceu. O ambiente era caótico, não havia rotina, criança aos berros pra tudo que é canto, enquanto as já adaptadas do ano anterior, corriam e empurravam sem qualquer atividade... Nos primeiros dias, a professora nem sequer falou com minha filha e apenas uma auxiliar cuidou dela. Passado algum tempo, cansei de ver mãe arrancando o filho do próprio colo e entregando para professora aquele serzinho aos prantos enquanto a porta era fechada e os berros eram ouvidos à distância. Professora sorrindo: "foi tudo ótimo". E minha filha dizendo que não queria voltar por que as crianças choravam muito querendo as mães e elas não vinham. Daí, ela ficava assustada, pedia educadamente para me chamar e a professora se recusava. Enquanto eu, otária, estava do lado de fora esperando.

Dei chance para a escola até o final do ano, mas acho que o período de adaptação é muito revelador e não vou entrar em outros detalhes que muito me decepcionaram. O post já está muito longo.

Durante o ano todo visitei poucas outras escolas recomendadas. A maioria, eu já sabia que seria igual por comentários de outras mães, então me concentrei em poucas e comecei a acreditar que o problema é da sociedade e que eu trocaria minha filha de seis por meia dúzia. Fui levando.


Aí... eis que me falam da escola montessoriana. No Rio de Janeiro, só tem duas oficialmente e uma delas - que sorte! - ao lado da casa da minha mãe. Fui lá despretensiosamente conhecer. Achei que encontraria mais do mesmo e, para a minha surpresa, encontrei uma sala clean, organizada, nenhuma criança correndo, gritando... um silêncio que nos levava a falar em tom baixo, respeitosamente. Em grupos pequenos ou solitárias, todas as crianças estavam fazendo alguma atividade ou entre atividades. Minha filha quis entrar imediatamente e lá ficou por mais de uma hora enquanto eu conhecia a escola.

A adaptação começou na segunda e está sendo uma adaptação de verdade. Ela tem pequenos momentos de querer sair da sala, me procurar... todos respeitados. Eu soube que tem criança chorando e até vi uma ou outra no corredor, além de um menino que chorou e a mãe foi chamada para ficar em sala um pouco. Tudo dentro da normalidade. Minha filha pede para voltar.

Ela está ficando apenas duas horas e volta pra casa esgotada, então vou respeitar esse tempinho dela por enquanto. Ontem ela ficou ansiosa e agitada antes de sair de casa e no trajeto. Quer ir pra escola, mas chegou na hora de entrar em sala e não quis transformando esse momento numa brincadeira nervosa. Saiu correndo pela escola às gargalhadas. A tia saiu e meio que entrou na brincadeira enquanto eu me despedi e fui para uma salinha com outros pais. Não sei em que momento, a professora ganhou a confiança dela e entraram. Ficou pouco mais de duas horas e viemos embora.

Vou tentar postar um vídeo dela do primeiro dia que mostra um sorriso de contentamento enquanto desenha com uma auxiliar. Meu coração não cabe em mim de felicidade.

Continuarei contando. :)


3 comentários:

  1. Gostei da sua análise das escolas e da diferença com que sua filha se comportou e como reagiu diante de cada modelo. Nenhuma pesquisa vale mais que o olhar e a resposta da criança! Vou acompanhar os novos posts.

    http://minhafilhasophia.blogspot.com.br/

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  2. Adorei seu post,
    Mostra bem claramente como teoria, propaganda e prática nem sempre combinam.
    Abraços
    Caroline

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  3. Bom dia! Estou procurando uma nova escola para minha filha e busco uma escola construtivista! Gostaria, se possível, de uma orientação sua a partir dessa experiência construtivista e Montessoriana!?
    Obrigada! Tatiane

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